domingo, 17 de junho de 2012

Os Pais, Novos Pais!

Quinta-feira eu estava indo para o ponto de ônibus, quando ouvi um pai conversando com sua filha pelo celular. A menina me pareceu pequena, pelo teor da conversa, mas foi emocionante, segue o trecho:
..."- Estou com saudades de você também, filhinha, o papi não vê a hora do sábado chegar para ficarmos juntos....( intervalo)... Vamos passear, sim. E a escola? Já fez a lição? Então faz de manhãzinha, não deixa sem fazer não, viu, filhinha? Papai está morrendo de saudades, quero tanto te ver. Um beijo, meu amor, e até sábado."
Uma conversa comum certo? Errado. Desde que entrei nesse novo mundo das mulheres separadas o que menos vejo são pais querendo estreitar a linha da emoção com os filhos. Sinto sim, um certo querer que o filho esteja sempre atrás, como se tivesse que mendigar amor.
Isso me dá uma tristeza, não poderiam ser todos como o pai da conversa acima?
As crianças sofrem com a ausência do pai, e eles não percebem.
Essa semana por aqui foi diferente. O pai  resolveu ficar com eles de sábado para domingo ( cá entre nós ) um milagre, mas vamos completar a informação: depois de 1 mês praticamente sem vê-los, sem ligar para saber se estão bem, para perguntar da escola, de como estão se saindo, apesar a escola ainda é nova.
Meu filho sofre toda vez que o pai diz que não vem, que não tem dinheiro ou e principalmente quando diz que não pode vê-los porque vai viajar ......
A minha pequena é menos encanada, mas essa atitude é uma forma de mascarar o sofrimento, às vezes fico pensando o que realmente passa no coraçãozinho e na mente rápida e dedutível dela.
Quando o pai diz que não vem, meu filho chora baixinho, quietinho, e isso me dá uma dor no coração, que se transforma em força e o que mais me dá vontade é de socar o ser para ver se sente metade da dor que o menino sente.
Eu me sinto culpada, afinal fiz a escolha ou topei conceber os filhos com ele. Minha esperança é que as crianças cheguem a mesma conclusão: que é necessário amar as pessoas de verdade e não só da boca para fora, e quando dissermos isso, estamos assumindo um compromisso: o de se doar ao relacionamento, viver imensamente esse sentimento, não podando as pessoas dele, mesmo depois, se acontecer algo.
Do meu lado, os trato com muito amor e carinho sempre, não quero que se sintam inadequados e nem que mendiguem amor de ninguém.
Então não critico, converso, explico, busco não brigar, não gritar ( nem sempre é possível ), e sempre os cubro de carinho, de beijos, abraços e muito amor.
Procuro estar perto, quero participar sem invadir.
Infelizmente, sinto que eles sentem falta, a necessidade dessa presença do pai, tão esperada, e ao mesmo tempo tão fragmentada na vida dos meus pequenos. Cada uma das crianças aceita / rejeita o ser, e tenho pouco a fazer, não posso pregar algo que não acredito.
Só peço a Deus 2 coisas: pais mais presentes na vida dessas crianças e aos que não tem esse benefício, que no futuro, consigam reverter a situação a seu favor.

Beijos a todos

3 comentários:

  1. Perfeito!
    Comecei a ler e me identificar com o post, pensei que isso estivesse acontecendo só com os meus filhotes.
    As vezes penso que o pai quer me atingir desprezando os pequenos, acabo me sentindo ainda mais culpada.

    Parabéns pelo post Kate

    Bjs

    Karina

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    1. Sinto intensamente essas coisas todas, e acho que como mulheres modernas e atuais, tentamos ser muito mais do que podemos, não queremos que eles sofram, mas como podemos evitar?
      Isso mesmo, Karina. Sinto isso também, que para me atingir ele acaba descontando nas crianças, supro as necessidades como posso. Meu filho fez terapia logo q me separei, percebi que o brilho do olhar dele estava sumindo, e minha filha faz terapia pq não tem um bom relacionamento como pai e sofre do jeito delacom isso. Faço o que posso, mas agora passei a pô-los em igualdade com a verdade, não tenho que ser legal com quem não é comigo.
      Peço desculpas pela demora da resposta, e desejo a vc boa sorte.

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  2. Oi Kate,
    Realmente é lindo ver uma conversas dessas, mas lembre-se que nem tudo que os seus olhos vêem, é a verdade. Tomara que esse caso que vc presenciou seja uma exceção..
    O pai do meu filho faz isso de vez em quando tb... Se vc ouvir a forma com que ele fala, até se emociona, mas isso só acontece quando alguém diz pra ele que o menino ficou doente, ou acontece alguma coisa que "toca o coração dele". No mais, é pagar pensão e acha que fez tudo.
    Não reclamo dele pagar PA, pelo contrário, mas a criança não vive só de comida, né????
    Sou filha de pai separado tb, e quando eu era criança, meu pai ligava todo dia, as 19h, nem que fosse só pra falar "Oi"... Talvez seja por isso que eu não consigo conceber a idéia dos telefonemas raros e em horários inusitados apenas pra dizer coisinhas bonitinhas.
    Mas enfim, a gente que, como mãe, tem que ser o lado forte da família, pra passar segurança pros nosso filhos e tentar conduzir a situação de forma menos traumática possível, né?
    Beijinhos!

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