quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O VOO DO PÁSSARO


 Criar os filhos para o mundo significa para mim, que em determinado momento eles devem voar..... para bem longe.

Sou muito realista em relação a isso e costumo observar os animais silvestres, que tem os instintos mais aguçados para entender a magnitude de Deus e seus propósitos.

Lembro de um documentário que uma mãe panda, levava seu filhote até a floresta e o deixava lá, para aprender a sobreviver sem ela por perto.......É lógico que El não precisava saber que ela estava escondida observando o desempenho do filhote. Ela me serviu de exemplo.

Meus filhos tem hoje 7 e 8 anos, e no ato da separação, a juíza determinou  visitas semanais, com dias alternados, então eles tinham 3 e 5 anos. Só que ela deixou bem claro que assim que tivessem idade suficiente e vontade, as visitas deveriam ser quinzenais e eles passariam o fim de semana com o pai.

Houveram algumas tentativas, mas meus passarinhos não queriam sair do ninho.

Neste último fim de semana, o mais velho se encantou com a possibilidade de ficar brincando na rua com os amigos e não quis voltar comigo.

Fui determinante em deixá-lo e em ressaltar que não voltaria para buscá-lo, que ele teria que ficar lá. E ele, do alto de seus quase 9 anos assumiu o compromisso de dormir pela 1ª vez fora de casa, sem me ligar ou voltar durante a noite.

E ele realmente ficou. Dormiu com o pai, brincou até tarde com os amigos, está se libertando das asas da mãe.

Meus sentimentos são dúbios: um orgulho desmedido porque meu filho está crescendo e um pavor quase tão grande ao perceber que “ meu “ garoto está traçando rotas próprias, seus caminhos.

E cabeça de mãe só pensa o que não presta quando se trata de filhos longe....tive três alucinações achando que ele poderia ser assassinado, atropelado, raptado.....Segurei minha onda muito potentemente...... Sobrevivi!!!!

Ele me surpreende porque estou me preparando para os vôos, só que eles estão acontecendo antes d’eu estar preparada, mas sei fazer as coisas no fórceps, ando preparada para mudanças, querendo ou não.

Crescer é doloroso para ambos os lados; eu só sei da minha dor, mas tenho clara na mente todos os problemas que tive e que dei, tenho leve idéia do que irei passar.

Faz parte do caminho, da caminhada, da vida.

E sempre que possível darei força para o passarinho alçar vôo, e buscar sua vida, seus sonhos; por mais que o coração aperte e a mente conte histórias fantasiosas; é necessário abrir a gaiola para cumprir o que Deus determina, sempre.......



“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar.”
  Dalai Lama

terça-feira, 9 de novembro de 2010

EVENTOS EM FAMÍLIA.....

Quantos eventos em família hei de suportar antes de ter uma síncope e mandar minha boa educação para o espaço????
Vou esclarecer o motivo da minha cólera momentânea:
Minha linda filha fez aniversário por estes dias e normalmente fazemos um bolinho com refrigerante para comemorar o evento, só o pessoal de casa: eu, meu filho, minhas irmãs, minha mãe, meu cunhado, minhas primas.
Esse ano minha filha fez questão da presença do pai.
Sou tipo de ex-mulher muito compreensiva e sempre me preocupou muito o relacionamento que meus filhos pudessem ter com o pai, mas após a separação, apesar de incentivar o relacionamento, não faço questão de dividir o mesmo ambiente com ele.
Fico incomodada, esse é o termo certo, parece que não estou no lugar correto.
Além do que, ver a alegria das crianças em relação a uma pessoa que me causou tanta dor, tantos aborrecimentos, me dá uma sensação estranha de ingratidão. Sei que não deveria sentir isso.....mas não controlo meus sentimentos, não controlo as sensações, bem que queria, mas também sei dizer que isso não me faz bem algum, então que venham as sensações.
Alguns, mais racionais diriam que a felicidade da criança é que conta, perdõe-me, mas discordo, talvez eu cause muito sofrimento aos meus filhos por ter me separado do pai deles, mas tenho certeza que estivesse casada, o sofrimento teria sido maior. Eu poderia nem mais estar por aqui, tamanho era o meu descontentamento com o relacionamento, e ninguém veio ao mundo para ser infeliz, muito pelo contrário, temos o direito de ser felizes e de deixar ser.
Ando buscando rumos novos, em  todos os campos, em todas as esferas, porque tudo na vida é mutável e temos que entender de forma completa. 
Temos o direito a mudança, a alegria e a busca da felicidade, sempre pondo na balança o que está valendo mais, para não se arrepender depois e se isso acontecer, se arrepender menos..
Fiquei uns dias chateada com os acontecimentos da festa, com a alegria exultante dos meus filhos em terem o pai durante o evento, mas compreendo racionalmente, mas entendo, emocionalmente falando que eu tenho muito claro na mente os acontecimentos anteriores porque sou adulta, e sofri amargamente cada episódio, cada capítulo, eles, crianças muito pequenas, não tem esse registro claro na mente, talvez vislumbres, talvez nem isso.
Então, o que fazer?
Talvez decida fazer como eu....Pego a carga emocional, e faço um pacotinho, espero estar sozinha, abro o pacotinho, que já ficou um pouco maior e choro, choro e choro. 
Não brava com eles, por amarem o pai e nem brava comigo por não suportar isso, mas apenas ponho minha dor para fora, através das lágrimas, sem incomodar, nem machucar ninguém. 
No decorrer da minha vida aprendi algumas coisas, entre elas.....aprendi que a pessoa de quem devemos cuidar melhor é daquela que convivemos com ela estreitamente e essa somos nós, os outros devem ser cuidados, mas para tanto temos que estar de bem conosco e ponto final.
Preciso me preparar, afinal tenho mais alguns eventos pela frente, vou levando e aprendendo dia a dia.
Até porque, se está bom para todos, quem tem que aprender a lidar com a situação sou eu.

Beijos e boa reflexão.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A BENDITA PENSÃO



Ainda me considero muito nova nesta vida de mulher separada, tão cheia de emoções como se fosse uma montanha russa.

O pai dos meus filhos nunca foi uma pessoa fácil, e posso garantir que após a separação descobriu que eu posso ser bem difícil também.


Mas tudo tem seu momento de alegria e raiva, e na maioria dos casos digo a vocês que essa oscilação tem apenas um nome: pensão alimentícia.


Tem homem por aí que acha que por filho no mundo é fichinha. E acham isso por dois motivos: não são eles que põe no mundo realmente, somos nós e na grande maioria das vezes não são eles que criam e educam essas coisinhas lindas que com o tempo podem se transformar em monstros horripilantes se não tiver uma mãe dura e determinada, além de cheia de amor e consciente de que um filho é sua contribuição para o mundo.



Já tive brigas homéricas com o pai dos meus filhos por todos os motivos que vocês podem imaginar que envolvam meus filhos, mas não posso reclamar em relação à pensão, tirando um mês ou outro que me dá uma certa canseira e tenho vontade de torcer o pescoço dele, de resto vou levando.



Mas já ouvi histórias horríveis de homens que deemoram uma eternidade para pagar ou que parcelam a do mês e fico pensando....se não fossemos trabalhadoras determinadas a trilhar nosso próprio caminho, o que faríamos?



Tem mulheres que dependem dessa contribuição para comprar o que comer para os filhos, e o pai, não entende, ou quer pirraçar porque a escrava se rebelou, ou descobriu que podia jogar o mesmo jogo que ele, ou simplesmente decidiu ser feliz sozinha já que junto não tava dando.



Fico indignada com tamanha mesquinharia, com tamanha falta de bom senso, falta de amor com o próprio filho, porque será seu filho, independente de quantas namoradas ou esposas o pai tenha, ou de quantos namorados e maridos a mãe resolva ter, e isso dura a vida toda.



Amor de filho não diminui porque o pai muda de casa, diminui porque quando o pai muda de casa, corta vínculos, fere, às vezes não percebe a quem e magoa, e na maioria das vezes, a mãe não precisa mover uma palha, até porque as crianças hoje em dia são bem espertas, percebem por si só tudo o que acontece.



Se la vie......



Na realidade, eu gostaria muito que os pais fossem pais de verdade. Que se preocupassem com o bem estar dos filhos, não para criticar quem cuida deles, mas para participar da vida, participar dos momentos, cuidar daquele pedacinho que também é seu, mas que um dia será do mundo e daí, já era, vai ser muito tarde para qualquer outra coisa..



Beijos.....

domingo, 30 de maio de 2010

ÁLBUNS DE CASAMENTO




Outro dia, num daqueles dias, onde parece que os ex se juntaram e querem acabar com o nosso bom dia, estávamos conversando quando o assunto surgiu espontâneamente: o que fazer com o álbum de fotos do casamento?




Tão cheio de lembranças e rostos conhecidos... inclusive o do ex, no meu caso, o pai das crianças.



Tem gente que rasga, põe fogo, outros jogam pela janela.... O meu? Está bem guardado, quase enterrrado, mas não jogo fora.



Por quÊ? É simples. Fotos são recordações de momentos que foram felizes, não importa se hoje a realidade é outra.



Tenho filhos, e cedo ou tarde eles vão querer saber a história dos seus pais, diga-se de passagem, uma história que não me faz orgulhosa e nem feliz, mas escolhas tem dessas coisas, você sempre sofre as conseqüências e tem que arcar com elas.



Duro é vc olhar fotos e ver aqueles rostos felizes, com semblantes cheios de promessas e sonhos, que, se estamos falando sobre isso, é porque não se realizaram ou se quebram pelo caminho.



Mas não acho certo se livrar das lembranças, como se pudesse abrir um vácuo entre o antes e o depois, mas isso vai aliviar a dor? Diminuir a tristeza? Alterar o passado? Claro que não.



O pai dos meus filhos queria levar o álbum para os parentes ver, depois da separação, e ainda arrematou: “.... Quem sabe não ponho fogo nisso tudo?”



Minha indignação foi suprema: “....Como assim?! Por fogo???!!!! Se vc já não ia levar antes, não vai ser agora. Se alguém tiver que queimar qualquer coisa aqui, esse alguém sou eu, já que fui eu que paguei!!!!!!!!



Materialista???? Pode ser. Mas não admito esse tipo de desaforo. Por mim teria tirado eles das fotos e guardado minhas imagens, mas, infelizmente não dá. Então guarda-se tudo e espera-se que um dia consiga olhar para tudo aquilo, sem um pingo de emoção, apenas fotos de pessoas distantes, quem sabe?



Mas é isso, que mais se pode fazer? Ter paciência e deixar o tempo agir, aos poucos.



Por hoje é só....



Bjs para todos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

REALIDADE.....

Sabe qual é a pior coisa após a separação? Você recuperar a sua auto estima, o seu amor próprio, a sua personalidade.

Fiz descobertas imensas nestes 3 anos de separação, descobertas que estavam enterradas, enterradas não é o termo correto, eu diria trancafiadas a 20 mil chaves dentro de mim.

Uma delas foi a capacidade de viver. durante um período da minha vida, achei q minha melhor coisa era ser mãe, esposa, tinha me perdido da mulher que nunca fui.

Nunca fui porque a mulher que nasceu depois da separação foi alguém que eu não conhecia, alguém que eu não sabia q existia, mas muito melhor do que eu podia imaginar.

Hoje me olho no espelho e não encontro requicios da outra mulher, às vezes me sinto poderosa, outras maravilhosa, fico até inibida comigo mesma por me achar tanto assim, só q eu sempre estive ali, com todas aquelas qualidades, com todo aquele amor para dar e receber e não havia retorno.

Durante um período da minha vida, senti como se quisessem me fazer acreditar, e quase conseguiram, que eu era uma mulher fraca e que precisava de alguém ao meu lado para me direcionar, para eu seguir.

Descobri q não preciso. Que só preciso de alguém q queira me amar como eu sou, com os meus todos defeitos e alguma s qualidades, de resto.... eu me viro, não é fácil, mas é gratificante.

Tem histórias pacas por aí a fora de mulheres que matam 5 leões por dia e sobrevivem, eu mato um, às vezes 2, mas estou feliz.

E felicidade incomoda. Sempre.

Estou querendo reajeitar minha vida, não é fácil, mas preciso. Sei q vou perder algumas "mordomias" mas vou conquistar o q sempre quis.... a Liberdade.

Quero levar meus filhos para crescer com responsabilidade e felicidade incutida no peito e no coração.

Precisamos de nosso espaço e vou batalhar por isso, devagar, pq tenho q dar um passo de cada vez, não posso me precipitar, nem correr, mas acredito em mim. Em 38 anos aprendi a acreditar.

Se eu soubesse q a separação ia me dar essa dimensão.... teria me separado antes.

Relacionamentos me deixam sempre assim, com medo das algemas, com duas crianças então, o medo vira pavor.

Ando fazendo coisas q nunca fiz na vida e q sei q não preciso deixar de fazer, só encontrar um caminho, um vão.

Às vezes é díficil, mas sempre achei q o q vem de forma fácil não tem muito valor, fica sem sabor.

A realidade é dura, mas vale a pena, tenho q me adaptar a certas coisas, porque viver é isso, e sei q posso, antes achava que não, agora tenho certeza que td é possível.

Minha alma está sendo nutrida, meu coração... vai bem obrigada, e a vida ..... está aí para ser vivida, tem seus encantos e seus desabores, mas um serve para compensar o outro e ponto final.

Por hora é só, bjs a todos....

domingo, 25 de abril de 2010

PESADELOS DA MULHER SEPARADA



 Pensei muito para escrever sobre esse tema e na realidade as únicas experiências que posso relatar são as vividas por mim, ou dos "depoimentos" que ouço no dia a dia.

Basicamente nosso pesadelo é o de repetir o erro. Digamos que ficamos mais seletivas, procurando sempre alguém mais parecido como q você acha ideal.

Algumas, como eu, se depara com um universo que estava encoberto por uma manta, não sei se grossa ou fina, diria que densa o suficiente para garantir que não veria absolutamente nada alé co q estava vivendo.

Outras, se jogam em emoções diversas, entrando em "n"s relacionamentos seguidos, querendo viver intensamentetudo o q não viveu antes ou durante o relacionamento que acabou.

Formas diferentes de apagar o passado de dor e tristeza, angústias e decepções, ou tentar apagar o amor ainda existente.

Algumas pessoas me dizem que devo ter sofrido muito com a separação, pois sempre estou falando dela.

Na realidade, a separação em si foi muito mais um ato de LIBERTAÇÃO do que de sofrimento, e devido a este sentimento tão profundo que comento tanto, tentando mostrar para os que estão infelizes dentro de um relacionamento, que pode haver vida fora, que pode haver prazer e alegria, nos não sabemos disso, até sermos obrigados a por o nariz para fora e sentir  o vento batendo nele, livremente.

Para mim foi como sair do fundo do mar, sem roupa de mergulhador e no último minuto chegar a superfície, e além do ar enchendo os pulmões ver toda a paisagem azul e amarela te esperando. Sorrindo para você.... F A S C I N A N T E !!!!!

Fico transtornada quando as pessoas me dizem assim: " Vocês podiam voltar, faziam um casal tão lindo..."
"Lindo" era viver dentro da minha casa, ouvir o que eu ouvi, passar pelo que eu passei. A felicidade está dentro de mim, está florescendo, a cada dia uma flor diferente, logo, logo, vou ter um jardim, rsrsrsrs.

As pessoas podem achar o que quiserem, mas ninguém pode querer nada. vivam suas vidas e deixem que da minha eu cuido. É o que sempre digo.

Quando ouço esse tipo de coisa, me sinto como nos filmes, quando mostra a cena do condenado e a porta da carceragem se fechando, e aos poucos as paredes vão se estreitandoe me deixando espremida, uma sensação horrível.

A redescoberta da liberdade é maravilhosa,  M A R A V I L H O S A.

Abraçar um amigo (a ), sorrir quando tenho vontade, cantar aos quatro ventos, ouvir a música que eu quiser, assistir o que tenho vontade, ficar quieta se estiver afim, rir alto, com vontade, ser feliz, infinitamente feliz.

Antes me sentia presa, parecia que para qualquer lado que me mexesse, estava me espetando, me incomodando.

Meu pior pesadelo é me  ver presa novamente presa a um relacionamento assim, mas uma amiga muito querida me disse certa vez que "quando mudamos, não temos como voltar a ser o que já fomos", e ela tem toda a razão, não há retorno.

Já tive algumas tentivas de relacionamento e já percebi q estou diferente, algumas concessões não consigo fazer mais e ando muito sicera, o que pode ser um defeito, mas cá entre nós... aos quase quarenta anos, não tenho muito tempo para jogos, nem para ficar contando lorotas, eu sou eu e pronto, me aperfeiçoando em mim mesma a cada dia, sempre disposta a cometer erros, e a aprender com eles, libertando minha criatividade, minha imaginação, e disposta a encarar a vida como ela se apresentar, no mais, quem tiver coragem para encarar essa nova mulher, que venha...

Beijos a todos.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

UM POUCO DE HISTÓRIA......

Este blog é o resultado de uma conversa de final de expediente, quando mulheres se reunem e trocam algumas confidências, às vezes tristes, Às vezes irônicas, outras tantas engraçadas. Afinal, a vida gente é assim mesmo, cheia de altos e baixos , cheia de amores e desamores, cheia de esperanças e desiluções, regada de alegrias e algumas tristezas.

O título também saiu em conjunto, nessas conversas, tão frutíferas, tão intensas, em algumas vezes, tão recheadas de vivências.

Vou pincelar minha história, e gostaria, q sempre que quiserem, me contem um pouco da de vcs, para fazermos matérias juntas e aprender um pouco mais com a vida e conosco.

Não casei cedo, aos 29 adentrei ao altar ao lado do meu pai, todo orgulhoso.

Naquele tempo, tenho muito claro na minha mente que, achava, de coração, q fazia a coisa certa.
Que seria amada e q amaria, por toda a vida.

Alguns amigos próximos tentaram me avisar, mas às vezes, nossos ouvidos não entendem, ou não querem entender.

Nunca fui muito namoradeira, tive poucos namorados, alguns ficantes, mas minha perspectiva de vida era constituir uma família e batalhar para as coisas que todo mundo quer: uma casa linda, um carro para facilitar a vida, filhos para coroar o casamento... Sonhos meus, somente.

Namoramos quase 7 anos, e ficamos casados por quase 7.

Durante o namoro, ele tinha alguns comportamentos que eu não gostava muito, mas achava que podia superar, tinha certeza que gostava de mim, ou queria acreditar muito nisso.

No início do casamento, tudo era lindo, tudo fofo, um doce de pessoa... Até eu engravidar ....

Não brigava, mas fazia birra, me provocava, me irritava com as pequenas coisas, me humilhava na frente dos outros, como se eu fosse muito fresca, muito cheia de nove horas. Passei mal a gravidez inteira, o tempo todo enjoada, durante 8 meses, dores de cabeça horríveis, um sono que me torturava, era só encostar que eu dormia. Para ele era pura frescura. Passei, sozinha por toda essa dor, q me afligia a alma. Todas as mudanças da gravidez, além da pressão alta, devido ao bom tratamento que eu recebia. Ás vezes perguntava a Deus porque ele tinha se casado comigo, se não gostava do meu corpo (sempre estive acima do peso, inclusive antes e durante o namoro ), não gostava de mim. Deus estava aguardando para me responder.

Meu filho nasceu no dia 27/12, dois dias depois do Natal, quando na véspera, ele foi comprar os presentes das minhas sobrinhas, não trouxe o q eu queria e ainda fez pouco de mim, na frente de algumas pessoas. Deu uma tristeza tão grande, queria muito sumir, evaporar. Guardei aquela raiva por 3 dias, no 3º fizeram a cesária, meu filho estava em sofrimento fetal e minha pressão 20/18.

Voltei para casa e o encantamento com o menino parecia que tinha melhorado um pouco astral, estávamos aparentemente bem... Até meu pai adoecer gravemente e iniciarmos uma perigrinação para visitá-lo e logo em seguida eu engravidar da minha filha.

A pressão era tanta que quase que meu ginecologista, um amor de médico, pediu para conversar com ele. A tristeza era eminente no meu olhar que vivia cheio de lágrimas, tamanho o desprezo que ele me dava, brigas diárias com meu filho q não tinha 2 anos ainda, tudo era motivo para ele criticar, para me irritar.

Dessa vez foi pior, a água da bolsa estava baixa devido a pressão que não abaixava, graças amigos que me ajudaram na época, buscando coco verde  para eu beber a água, durante viagens, que o nível da água voltou ao normal, o pai da minha filha pouca importância deu ao fato.

Quando a situação chegou nesse ponto, com meu pai internado, eu com praticamente 7 meses de gestação, resolvi: peguei meu filho lindo e fui para casa da minha mãe. Ele ia acabar matando minha filha e a mim.

Depois de algum tempo meu pai se foi , perdi um amigo muito querido e minha filha nasceu. Passado alguns meses tomei coragem e voltei.

Mas as coisas pioraram, ele quse não parava nos empregos e a vida seguia dura. A tristeza tinha tomado conta da minha alma.

Certo dia, olhei no espelho e me perguntei: onde está aquela mulher com um bilho vívido no olhar, com esperança e força para lutar, com coragem de acreditar no amanhã? Eu sabia onde ela estava: se afogando na tristeza, na solidão da vida a dois, na humilhação de quem não conseguia melhorar, e numa gama imensa de tantas frustações, de tantas lutas em vão, de tantas crenças que foram jogadas ao chão, sem um  pingo de respeito.

Ainda aguentei um tempo,  as coisas pioraram, tivemos mudar para a casa da minha mãe, que nos cedeu um quarto. Eu sabia q não seria fácil, mas não tinha idéia do que ainda me aguardava...

Ele se fechou, se tornou uma pessoa de insuportável convivência. Passava todas as horas que estava em casa trancado no quarto, se as crianças se aproximavam ele gritava e as mandava sair, sempre aos berros.

Meus finais de semana eram infernais. Eu queria trabalhar todos os dias e por 24 quatro horas, não queria voltar para casa. Meus filhos eram os únicos q conseguiam me manter firme, meus motivos de alegria.

Em um certo dia, do ônibus, minha irmã viu ele com uma mulher em certa praça, e logo depois dela, minhas primas viram ele beijando a mulher. Eu já tinha pego algumas evidências aqui e ali, mas vc nunca quer acreditar, acho q o mundo vai cair na cabeça e vc vai se estrabicar toda. Dei tempo ao tempo. Conversei, expliquei o ocorrido e avisei: se mais alguém vier me falar alguma coisa, qualquer coisa, não tem volta, acabou.

Dois meses depois, minha prima veio me falarque ele estava desfilando no centro da cidade que moro com outra mulher. Detalhe, eu trabalhava até às 20hs00, tinha sido promovida e estava ralando para aprender o serviço.

Primeiro não queria ir, depois tomei coragem e fui, flagrei ele com a mulher quase enfiada dentro dele.

Não fiz escândalo, chorei muito, naõ sei se de raiva, de ódio ou de tristeza por ter sido tão tonta.

Pensei em dar outra chance, insegurança de momento, mas como que eu ia olhar para aquela cara sem sentir ódio? e o pior que o ódio não seria dele, seria de mim por ser tão tonta.

Tomei coragem e falei que não queria mais nada com ele. Ficou algum tempo em casa, pois nem os parentes queriam ele de volta. Saiu em um sábado, por volta das 6hs da manhã para ninguém vê-lo.

Não sei dizer qual foi a sensação, mas aos poucos fui descobrindo.

Descobrindo a vida e a alegria voltando aos poucos para minha alma, o brilho do olhar, há tempos perdido, estava ali,novamente.

Voltei a cantar, o sorriso voltou a ser fácil, criei coragem para novos projetos, algumas empreitadas, coisas de tempos e tempos. Perdi o medo de aparecer.

Hoje sou uma pessoa melhor, estava tudo guardado dentro de mim, mas precisei de um sacolejo da vida para aprender, passei por tudo, agradeço a cada dia a Deus por ter me ajudado nos momentos ruins, e ressalto que não tenho coragem de pedir mais nada, porque sei que tudo que ele podia fazer por mim ele fez quando eu mais precisei. Hoje, sinto sua presença por perto, sempre, mas peço para que ele só me proteja das coisas ruins e das más influências.

Aprendi q td tem seu tempo e sua hora e nada acontece por acaso, nada, absolutamente.

Tudo tem permissão de Deus e nosso consentimento. Somos totalmente ativos nas situações que vivemos, porque sempre temos escolhas e nós é que fazemos, mais ninguém.

Bom, é isso, em breve estarei postando novas histórias, novas mensagens e opiniões.

Bjs e não deixe de comentar, diga o q achou da matéria se torne um (a ) seguidor (a).