Naquela época essa explicação serviu para eles com seus 6 ou 7 anos, mas sexo e como viemos ao mundo ainda é um assunto polêmico e que nos deixa de cabelo em pé.
Pode ser que uma ou outra mãe, ou algum pai consiga se sair bem da pergunta, mas é complicado, e para ser simples, o ideal é que não minta para a criança e fale de forma que ela entenda porque é através desses questionamentos que vamos criando os vínculos, os laços com nossos rebentos.
Eu explico. Fico verde, roxa, rosa, furta cor, mas respeito a curiosidade deles e vou respondendo, tomando o cuidado para focar exatamente no que perguntaram, para não ir além.
Ouvi dizer que devemos perguntar por que a criança quer saber, meu perguntava sempre porque eu queria saber sobre qualquer assunto, eu acho que não pergunto aos meus pequenos, na realidade não me lembro, pois sempre esqueço que eles estão crescendo, e que são crianças em desenvolvimento, e quando a pergunta surge, fico em choque e tenho que disfarçar que é bem natural.....( risos ).
Meus filhos já passaram da fase do como nascem os bebês, já ando conversando com minha pequena sobre menstruação, pergunto se "namora", o que é namorar para ela, essas coisinhas.
O menino já é mais arredio, respeito o jeito dele, mas se acho que está acontecendo algo, vou indo pelas beiradas e pergunto, às vezes sou mais objetiva, outras menos, afinal é um novo enfoque, o outro lado da questão.
Quero manter os laços, quero estar próxima, ter sempre a porta aberta para todos os assuntos, sejam quais for.
Entendo que as vezes pode ser meio constrangedor, mas se eles não conversarem comigo, a mãe, ou tirarem alguma dúvida com o pai, ou com as tias e o tio que são mais próximos, tirarão onde? Na rua?
Muita coisa eu tive que aprender assim, muita coisa fui obrigada a aprender na prática, afinal naquele tempo ( anos 80 ), o senhor "google" nem existia, e livros sobre educação sexual era praticamente um tabu.
Qualquer coisa que perguntava era motivo para achar que queríamos fazer algo de errado, então o medo era muito maior. Podíamos perder o mínimo de liberdade que tínhamos.
Eu devia estar no colegial, quando a professora pediu autorização para ministrar aulas de educação sexual, e como quem decidia esse tipo de coisa era meu pai, tinha que pedir permissão direto para ele, senti um alívio sobremaneira na voz dele quando eu disse que a professora de biologia ia falar sobre o assunto e precisava da autorização por escrito. Ele quase escreveu uma carta de agradecimento à professora por pegar para si algo tão difícil.
Hoje, tudo está mais fácil, as novelas e programas de TV acabam mostrando mais do que devem, e por este motivo as crianças ficam mais curiosas, mas quando a gente trata o assunto com naturalidade ( o máximo possível para nós ) eles acalmam e prestam atenção, acabando também sentindo que é natural.
Fácil, não é, mas garanto vale a pena.
Boa sorte e beijos a todos.
Foto: e-mocoes.blogspot.com.br