quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O BEBÊ CRESCEU... E AGORA?


Noite dessas, numa de nossas conversas, minha pequerrucha veio me dizendo que seu irmão seria "dono do próprio nariz" aos 13 anos. 


Achei graça da história, mas não perdi a oportunidade de fuçar um pouco mais no assunto e então saí com essa: " Realmente seu irmão será dono do próprio nariz aos 13 anos. Ele vai poder dizer ao nariz dele se pode ou não espirrar, e com essa idade só iisso."

É engraçado como o mecanismo da mente das crianças funciona. Eu me lembro que queria sair de casa aos quinze anos ( risos ), tinha certeza que ia sair de casa e cuidar do meu próprio nariz, mas a gente começava a trabalhar mais cedo, tínhamos sonhos diferentes do que as crianças tem hoje em dia, mas fiquei ao mesmo tempo aturdida e surpresa.
Não estou muito acostumada com meu menino, tão bonzinho, doce, bem humorado ir se transformando em um adolescente cheio de ira do mundo, encrenqueiro e mal educado.
Claro que passei por essa fase, e acreditem ou não, eu era uma peste. Uma pestinha bem parecida com ele, cheia de contestação, cheia de razão, cheia de argumentos, lembro também de minha mãe gritar muito comigo, mas, olhando hoje, acho que ela não gritava, o tom de voz dela é alto mesmo ( risos ). Sentia-me a incompreendida, a desprezada, o fantasma indo de lá para cá sem ser notada, mas preferia não ser notada.
Ele não, impõe sua presença, fala grosso e algumas vezes chega a ser estúpido. Sigo podando meu " ogrinho", tentando fazê-lo entender que as pessoas podem ser tratadas de outra forma, mas vou te contar: como é complicado essa história de adolescente, credo!
Consigo ver no fundo, bem no fundo que aquele menino, o da primeira fase, ainda está lá, talvez meio confuso, cheio de dúvidas, talvez não. Ele tem o péssimo hábito de ser introspectivo, observador e reúne todas as armas necessárias para o ataque e as usa, às vezes meio torto, outras certeiras, e eu, a mãe, vou lidando com os humores oscilantes da criança em crescimento, em desenvolvimento.

Aos poucos vou entendo o que quer dizer: "Ser mãe é padecer no paraíso." . Simples assim e tão complicado como isso pode parecer.

Vai ser complicado, mas já passei por algumas outras fases, hei de conseguir sair dessa também, nem vencedora nem vencida, apenas aprendendo que o ser humano é uma coleção de caixas que abrimos uma a cada fase.

Beijos a todos

Foto: htpp://colunas.revistaepoca.globo.com