sábado, 21 de maio de 2011

O DILEMA DE SER MÃE

Às vezes fico imaginando como seria não viver a emoção de ter filhos, e chego a conclusão que em certos aspectos minha vida não teria sentido.


Olho para eles e vejo o retrato da minha essência, pormenores que lembram de uma pessoa que eu sequer sabia que conhecia.

Aquele abraço no fim da tarde, quando você chega do trabalho e teve um dia daqueles, aquela falação no seu ouvido que não suporta mais barulho, aquele beijo delicioso de boa noite, e os bracinhos passando pelo seu pescoço, hum tudo de bom.

Quando assisto à reportagens referentes à morte ou espancamento de crianças, às vezes pelos próprios pais, fico horrorizada e pensando: " com qual fundamento isso ocorre?".

Bom, o ser humano é cruel por natureza, mas podemos sempre melhorar, o problema é que às vezes não se quer melhorar.

Depois da separação, por muitas vezes, pensei ".. e se tivesse virado aquela esquina ao invés da que eu virei?" e junto vem a ausência das crianças, o que me enche de tristeza.

Em muitos momentos o que me resgatou do fundo do poço foi olhar para eles e buscar, em seu sorriso, força para lutar, força para transcender as dificuldades e conseguir levantar.

Sei o que ainda pode me esperar de todas essas coisas doces e suaves: adolescentes rebeldes que vão conhecer a liberdade e achar que a mãe é muito chata, mandona e etc etc etc.... Não sei até q ponto estou preparada, mas garanto que quero muito passar por tudo isso.

Filho tinha que vir com manual, mas como não vem, temos o direito de aos poucos ir errando e acertando, tentando tomar as melhores alternativas, enfim ir seguindo.

O que tenho a ressaltar na verdade é o seguinte: ser mãe é maravilhoso, mas deve-se querer ser, desejar, ter a veia materna saltitando em seu espírito, mesmo quando não se sabe que ela está lá.

Quando meu primeiro filho nasceu, eu estava sozinha na sala de parto porque quis assim, não queria ninguém fazendo drama, ou roubando a paz do momento.

Não chorei quando meu filho me foi apresentado, o recebi com um bem vindo, meu filho querido, e posso afirmar meio sem jeito, mas quando a enfermeira o trouxe para a primeira mamada e pôs em meus braços aquele bebezinho tão inofensivo, elevei meus pensamentos em Deus e perguntei: "...E agora, Senhor?! Serei eu capaz de cuidar de algo tão frágil? O senhor tem certeza que confia em mim para isso?"

Sim ele confiou e apesar dos pesares, confiou de novo, aos trancos e barrancos, confiando somente na minha intuição e nas coisas que o coração dita, vou sendo mãe há nove anos e 5 meses. Acerto, erro, mas não me arrependo.

Não nego que às vezes o fardo é pesado, às vezes dá vontade de chorar, mas na maioria das vezes o que impera é o sorriso.

Sou bem mãezona mesmo, e isso me prejudica um pouco mas sei que o que importa é que eu os amo integralmente e vou fazendo o que tenho que fazer: às vezes sendo bruxa outras sendo fada, mas sempre seguindo meu senso e a vontade de estar com eles.

Neste mês destinado às mães eu tinha que prestar minha homenagem ao ser em que Deus confiou....nós...mães.





Beijos a todas....